O modernismo
O período medieval está caracterizado principalmente pela expansão do cristianismo, culminando na autoridade da Igreja católica como detentora do “saber” e da “verdade”.
Contudo, a partir do “Renascimento”, a religião que era o suporte do saber sofreu vários abalos, decorre daí um novo momento, o “Modernismo” cujas principais características são:
- Antropocentrismo = Opondo-se ao pensamento “Teocêntrico”. O homem moderno coloca-se no centro das discussões e interesses. Mesmo na “Fé”, os adeptos da “reforma” defendiam o acesso ao texto bíblico e a livre interpretação;
- Racionalismo = Foca-se a “razão” para discernir, distinguir e comparar;
- Saber Ativo = Opondo-se ao Saber “contemplativo”, é a união entre “teoria” e “prática” submetendo a realidade à “experimentação”;
- Método = O ponto de partida dos principais pensadores do século XVII (Descartes, Galileu, etc.) é a busca por um método adequado que leve à “verdade”
Assim percebemos a evolução do conhecimento no sentido de que no modernismo dava-se um maior valor ao uso da razão individual e à análise das “evidências empíricas” (O que marca o nascimento da ciência), ao contrário da escolástica medieval, que se limitava basicamente à consulta das autoridades do passado, como vimos, principalmente Aristóteles cujas ideias perduraram por dois mil anos e os primeiros Padres da Igreja.
Para compreender ainda mais esse momento histórico na perspectiva filosófica, vamos conhecer um dos principais nomes do Modernismo.
René Descartes (1596-1650)
"Penso, logo existo"
Considerado o primeiro pensador moderno, Descartes, propunha que de início devemos duvidar de tudo para analisar criteriosamente sobre qualquer assunto.
Como grande matemático, (Considerado um dos criadores da geometria analítica) Descartes destacou-se pela construção de um método adequado para se empregar a Razão na busca pela “Verdade”, que em suma podemos dividir em quarto pontos:
1. Regra de evidência = Aceitar algo por verdadeiro somente aquilo que seja absolutamente evidente por clareza e definição;
2. Regra da análise = Dividir cada uma das dificuldades em tantas partes quanto forem necessárias para resolvê-las melhor;
3. Regra da síntese = Reordenar o raciocínio das ideias mais simples às mais complexas;
4. Regra da enumeração = Realizar verificações completas e gerais para absoluta segurança.
Podemos perceber aqui, uma postura mais “cética” dos pensadores modernos bem como a necessidade de uma busca da “verdade” mais criteriosa.
Assim, podemos entender a frase famosa de Descartes: "penso, logo existo", ela é referência direta a primeira regra de seu método, duvide! E sua proposta foi radical, será que eu existo? Como posso ter certeza de algo? Esse foi o ponto de partida de sua filosofia.
Dualismo cartesiano:
Empregando seu método, Descartes chegou à conclusão de que no mundo haveria apenas duas substâncias:
1. A substância pensante (Res cogitans) = A consciência, a mente, a razão;
2. A substância extensa (Res extensa) = Correspondendo ao mundo material, corpóreo etc.
Descartes concluiu que o pensamento é mais importante do que a matéria, pois algo só é conhecido por meio da dedução da mente.
Essa concepção gera a discussão entre Racionalistas e Empiristas no que diz respeito à “Epistemologia” (Teoria do conhecimento).
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