terça-feira, 26 de maio de 2020

SEMANA 2 Valores: Universalidade e Relatividade



A "universalidade ou relatividade" de conceitos, é um conflito antigo que se reflete inclusive nos valores morais.



Os Sofistas (Sec V A.C) viam os valores morais como “convenções sociais”, portanto, "relativa" uma vez que o próprio ser humano cria esses valores de acordo com suas necessidades e desejos. Já Sócrates buscava mostrar que o fundamento da moral estaria na própria “natureza humana” ou seja, que existe dentro de todos nós uma ideia "universal" de "bem", do que seria certo ou errado.

Vimos que no contexto filosófico, ética e moral possuem diferentes significados. A ética está associada ao estudo fundamentado dos valores morais que orientam o comportamento humano em sociedade, enquanto a moral são os costumes, regras, tabus e convenções estabelecidas por cada sociedade.




O filósofo alemão Immanuel Kant disse “Age sempre de tal modo que o teu comportamento possa vir a ser princípio de uma lei universal”. Tal citação refere-se a sua ideia da “moral”. 

Que concepção seria essa? De que existe um núcleo comum de valores morais e "universais". Qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo tem dentro de si, um vislumbre do que é o bem , o que é o "certo a se fazer" (Mesmo que não o faça).

Contudo, outro alemão, Friedrich Nietzsche defendia que: “Não há fenômenos morais, mas apenas uma interpretação moral de fenômenos”

Como isso pode ser interpretado como uma crítica a ideia de Kant? Seu método, a genealogia, partia na “busca da origem” da origem dos valores e ideias, o que mostra a "relativização" dos mesmos diante das condições históricas e culturais.

Assim nos deparamos com a questão: 


Existem valores universais ou é o ser humano que cria os valores e sua moral?



quinta-feira, 21 de maio de 2020

SEMANA 1 Valores: Ser e Dever ser (Moral e Ética)








Se a ciência surgiu como consequência da busca da filosofia pela verdade, sendo mais “prática”, o que restou à Filosofia?
Vimos que existem um a série de questões que não podem receber o tratamento da ciência e seu método.

Assim, a reflexão filosófica se faz presente sobre uma tríplice problemática:
               
·         Problemas que não podem ser resolvidos pelo método cientifico, as questões da Metafisica ou ontologia.
·         Questões especificas do conhecimento, Epistemologia ou gnosiologia;
·         Os problemas derivados da ação humana e sua libertada, a axiologia, Ética e moral.

Essa última, está diferentemente ligada ao papel da filosofia em relação à ciência hoje em dia: 

“Seu compromisso repousa na investigação dos fins e das prioridades a que a ciência se propõe, Na análise das condições em que se realizam as pesquisas e nas consequências das técnicas utilizadas”


Ao fazer juízos de realidade inevitavelmente somos levados a fazer “juízos de valor”. Valorar é uma experiência fundamentalmente humana.

Ex: Essa caneta é vermelha (Juízo de realidade) Essa caneta não é melhor do que a azul (Juízo de valor)

Valores morais

                Moral (vem do latim moralis "maneira, caráter, comportamento próprio") refere-se ao conjunto de “regras de conduta” consideradas válidas para um grupo ou para uma pessoa. Os valores em parte são herdados da cultura e em tese, existem para que a sociedade subsista.
                Os valores morais então são condições de repressão humana? Evidentemente que não, Sabemos que os grupos humanos precisão de regras para viver bem, não importa a época ou lugar, todas as comunidades têm necessidade formal de regras morais.
Uma boa analogia é:

O SEMÁFORO

Voltemos aos sinais do semáforo: verde, amarelo e vermelho. Não existem para proibir. O verde do siga em frente, em geral, fica mais tempo aceso onde o fluxo é maior. O vermelho é uma proibição positiva: salva vidas e preserva o direito do outro. A moral funciona como um semáforo: mais permite do que proíbe, contempla o direito de todos e regula as relações humanas em função de um projeto maior que é o amor fraterno.

José F. de Oliveira (Padre Zezinho)


A crise moral

                Algumas regras valem em determinadas circunstancias e deixam de valer quando ocorrem alterações nas relações humanas. O confronto continuo entre moral constituída (herdada) e moral constituinte (crítica aos valores ultrapassados) é essencial, pois a discussão constante dos valores vigentes verifica se eles são a favor da vida ou da alienação.


O sujeito Moral



                Surge quando ao responder a pergunta: “Como devo viver?”, o faz com pretensão de validade universal. Ninguém nasce moral, torna-se moral, superando o egocentrismo infantil e sendo capaz de “con- viver”.        
Ser virtuoso
                Quando falamos em virtuoso, é comum que nos venha a imagem de alguém amável, dócil, capaz de renuncia e pronto para servir os outros. Nietzsche (1844/1900) critica essa concepção levando em conta a etimologia da palavra Virtude, que vem do latim Virtus, “Poder”. Portanto o virtuoso é o forte, aquele que tem força para agir conforme o dever.

A problemática da liberdade

                O homem é livre? E os “determinismos? Sejam psicológicos, genéticos e até sociais? Como se pode ser livre diante deles?
A condição para liberdade é a “consciência”, O filosofo francês Alain (1868/1951) transcreve esse sentido de consciência através de um relato: “Quando eu era pequeno e antes que tivesse visto o mar, acreditava que os barcos iam sempre para onde o vento os empurravas”.  Mas, na verdade o velejador aprendeu a conhecer o mar, o vento, a vela, o caso para saber aplicar a inteligência e dirigir o barco para a direção escolhida.

Veja a Declaração dos direitos do homem e do cidadão:

Art 6: “A liberdade é o poder próprio do homem de fazer tudo aquilo que não conflite com os direitos de outro”.

Há uma profunda relação entre a “moral” e os direitos humanos.

               
Noções históricas da moral e concepções Éticas

                Agir moralmente é agir de acordo com o bem e saber distinguir o bem do mal. Mas o que é o bem? Qual o fundamento da moral? E a natureza do dever? Com essas perguntas entramos no terreno da Ética.


  • Sofistas (Sec V A.C): Para eles a moral é apenas fruto de “convenções sociais”. Sócrates os combate buscando o fundamento da moral na natureza humana.

  • Contrariando os Sofistas, Sócrates buscava mostrar que o fundamento da moral estaria na própria “natureza humana”.


  • Aristóteles (385/322 A.C): Todas as atividades humanas aspiram a um bem, dentre eles a Felicidade que não consiste nos prazeres do corpo, mas sim na atividade da alma segundo a Razão.

  • Hedonistas: (Hedoné = Prazer) A Felicidade consiste nos prazeres do corpo (Literalmente). Contudo, Epicuro (341/271 A.C) Grande representante do desse movimento, afirmava que os prazeres do corpo são fontes de sofrimento, portanto, a Felicidade encontra-se nos prazeres da alma como a amizade e o amor.

  • Filósofos e Teólogos medievais: A felicidade encontra-se na vida futura realizando-se em Deus.
(A expansão do Cristianismo é marcada pela tradição religiosa que identifica o homem moral como aquele temente a Deus)

  • Moral Iluminista: “A Razão como uma luz”. A ação, moral é autônoma, a própria Razão nos leva a atitude moral, conseguintemente Laica (Não religiosa) e universalista, pois todas as culturas possuem um núcleo comum de valores.

  • A Moral hoje: É marcada pelo “Desafio” de superar as dificuldades que nos impedem da existência de uma vida moral autêntica.




Conclusão:

A moral refere-se diretamente aos costumes e regras que uma comunidade adota para viver bem.

Contudo, esses valores nem sempre serão “claros”, aí entra a “ética, a reflexão crítica da moral que visa uma ideia coletiva do que seria o “mais correto”.






Saudações!






Aqui é o professor Marcos montando esse blog para o conteúdo de Filosofia nesse ano fatídico de 2020!

Estarei postando conteúdos relacionados aos "Pets" (Plano de estudo tutorado) disponibilizados pelo governo de MG.

Semana a semana até que se normalize;

Abração!


filosofiaprofmarcos2020@gmail.com








Principais referências bibliográficas:

ARANHA, Maria lúcia de Arruda. Filosofando: Introdução à filosofia, volume único. Maria Lúcia de Arruda Aranha, Maria Helena Pires Martins – 6. Ed.  São Paulo: Moderna, 2016.
ARANHA, Maria lúcia de Arruda. Temas de filosofia/Maria Lúcia de Arruda Aranha, Maria Helena Pires Martins – São Paulo: Moderna, 1992.
TELES, Antônio Xavier. Introdução ao estudo de filosofia – 16. Ed. Ver. E aum.- São Paulo: Ática, 1079.
Vários autores. Livro da filosofia. 2. Ed. – São Paulo, Globo livros, 2016.