Se a
ciência surgiu como consequência da busca da filosofia pela verdade, sendo mais
“prática”, o que restou à Filosofia?
Vimos que
existem um a série de questões que não podem receber o tratamento da ciência e
seu método.
Assim, a
reflexão filosófica se faz presente sobre uma tríplice problemática:
·
Problemas
que não podem ser resolvidos pelo método cientifico, as questões da Metafisica
ou ontologia.
·
Questões
especificas do conhecimento, Epistemologia ou gnosiologia;
·
Os
problemas derivados da ação humana e sua libertada, a axiologia, Ética e moral.
Essa última, está diferentemente ligada ao
papel da filosofia em relação à ciência hoje em dia:
“Seu compromisso repousa na investigação dos fins e das prioridades a
que a ciência se propõe, Na análise das condições em que se realizam as
pesquisas e nas consequências das técnicas utilizadas”
Ao fazer juízos de realidade inevitavelmente somos levados a fazer “juízos
de valor”. Valorar é uma experiência fundamentalmente humana.
Ex: Essa caneta é vermelha (Juízo de
realidade) Essa caneta não é melhor do que a azul (Juízo de valor)
Valores
morais
Moral (vem do latim moralis "maneira, caráter, comportamento próprio") refere-se ao
conjunto de “regras de conduta” consideradas válidas para um grupo ou para uma
pessoa. Os valores em parte são herdados da cultura e em tese, existem para que
a sociedade subsista.
Os valores morais então são condições de
repressão humana? Evidentemente que não, Sabemos que os grupos humanos
precisão de regras para viver bem, não importa a época ou lugar, todas as
comunidades têm necessidade formal de
regras morais.
Uma boa analogia é:
O SEMÁFORO
Voltemos
aos sinais do semáforo: verde, amarelo e vermelho. Não existem para proibir. O
verde do siga em frente, em geral, fica mais tempo aceso onde o fluxo é maior.
O vermelho é uma proibição positiva: salva vidas e preserva o direito do outro.
A moral funciona como um semáforo: mais permite do que proíbe, contempla o
direito de todos e regula as relações humanas em função de um projeto maior que
é o amor fraterno.
José F. de Oliveira (Padre Zezinho)
A
crise moral
Algumas
regras valem em determinadas circunstancias e deixam de valer quando ocorrem
alterações nas relações humanas. O confronto continuo entre moral constituída
(herdada) e moral constituinte (crítica aos valores ultrapassados) é essencial,
pois a discussão constante dos valores vigentes verifica se eles são a favor da
vida ou da alienação.
O
sujeito Moral
Surge
quando ao responder a pergunta: “Como
devo viver?”, o faz com pretensão de validade universal. Ninguém nasce
moral, torna-se moral, superando o egocentrismo infantil e sendo capaz de “con-
viver”.
Ser virtuoso
Quando
falamos em virtuoso, é comum que nos venha a imagem de alguém amável, dócil,
capaz de renuncia e pronto para servir os outros. Nietzsche (1844/1900) critica
essa concepção levando em conta a etimologia da palavra Virtude, que vem do
latim Virtus, “Poder”. Portanto o
virtuoso é o forte, aquele que tem força para agir conforme o dever.
A
problemática da liberdade
O
homem é livre? E os “determinismos? Sejam psicológicos, genéticos e até
sociais? Como se pode ser livre diante deles?
A condição para liberdade
é a “consciência”, O filosofo francês Alain (1868/1951) transcreve esse sentido
de consciência através de um relato: “Quando
eu era pequeno e antes que tivesse visto o mar, acreditava que os barcos iam
sempre para onde o vento os empurravas”.
Mas, na verdade o velejador aprendeu a conhecer o mar, o vento, a vela,
o caso para saber aplicar a inteligência e dirigir o barco para a direção
escolhida.
Veja
a Declaração dos direitos do homem e do cidadão:
Art 6: “A liberdade
é o poder próprio do homem de fazer tudo aquilo que não conflite com os
direitos de outro”.
Há
uma profunda relação entre a “moral” e os direitos humanos.
Noções
históricas da moral e concepções Éticas
Agir
moralmente é agir de acordo com o bem e saber distinguir o bem do mal. Mas o
que é o bem? Qual o fundamento da moral? E a natureza do dever? Com essas
perguntas entramos no terreno da Ética.
- Sofistas (Sec
V A.C): Para eles a moral é apenas fruto de “convenções sociais”. Sócrates
os combate buscando o fundamento da moral na natureza humana.
- Contrariando os Sofistas, Sócrates buscava mostrar que o fundamento
da moral estaria na própria “natureza humana”.
- Aristóteles
(385/322 A.C): Todas as atividades humanas aspiram a um bem, dentre eles a
Felicidade que não consiste nos prazeres do corpo, mas sim na atividade da
alma segundo a Razão.
- Hedonistas: (Hedoné = Prazer) A Felicidade
consiste nos prazeres do corpo (Literalmente). Contudo, Epicuro (341/271 A.C) Grande
representante do desse movimento, afirmava que os prazeres do corpo são
fontes de sofrimento, portanto, a Felicidade encontra-se nos prazeres da
alma como a amizade e o amor.
- Filósofos e
Teólogos medievais: A felicidade encontra-se na vida futura realizando-se
em Deus.
(A expansão do Cristianismo é marcada pela
tradição religiosa que identifica o homem moral como aquele temente a Deus)
- Moral
Iluminista: “A Razão como uma luz”.
A ação, moral é autônoma, a própria Razão nos leva a atitude moral,
conseguintemente Laica (Não religiosa) e universalista, pois todas as culturas
possuem um núcleo comum de valores.
- A Moral hoje:
É marcada pelo “Desafio” de superar as dificuldades que nos impedem da
existência de uma vida moral autêntica.
Conclusão:
A moral
refere-se diretamente aos costumes e regras que uma comunidade adota para viver
bem.
Contudo,
esses valores nem sempre serão “claros”, aí entra a “ética, a reflexão crítica
da moral que visa uma ideia coletiva do que seria o “mais correto”.
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