quinta-feira, 21 de maio de 2020

SEMANA 1 Valores: Ser e Dever ser (Moral e Ética)








Se a ciência surgiu como consequência da busca da filosofia pela verdade, sendo mais “prática”, o que restou à Filosofia?
Vimos que existem um a série de questões que não podem receber o tratamento da ciência e seu método.

Assim, a reflexão filosófica se faz presente sobre uma tríplice problemática:
               
·         Problemas que não podem ser resolvidos pelo método cientifico, as questões da Metafisica ou ontologia.
·         Questões especificas do conhecimento, Epistemologia ou gnosiologia;
·         Os problemas derivados da ação humana e sua libertada, a axiologia, Ética e moral.

Essa última, está diferentemente ligada ao papel da filosofia em relação à ciência hoje em dia: 

“Seu compromisso repousa na investigação dos fins e das prioridades a que a ciência se propõe, Na análise das condições em que se realizam as pesquisas e nas consequências das técnicas utilizadas”


Ao fazer juízos de realidade inevitavelmente somos levados a fazer “juízos de valor”. Valorar é uma experiência fundamentalmente humana.

Ex: Essa caneta é vermelha (Juízo de realidade) Essa caneta não é melhor do que a azul (Juízo de valor)

Valores morais

                Moral (vem do latim moralis "maneira, caráter, comportamento próprio") refere-se ao conjunto de “regras de conduta” consideradas válidas para um grupo ou para uma pessoa. Os valores em parte são herdados da cultura e em tese, existem para que a sociedade subsista.
                Os valores morais então são condições de repressão humana? Evidentemente que não, Sabemos que os grupos humanos precisão de regras para viver bem, não importa a época ou lugar, todas as comunidades têm necessidade formal de regras morais.
Uma boa analogia é:

O SEMÁFORO

Voltemos aos sinais do semáforo: verde, amarelo e vermelho. Não existem para proibir. O verde do siga em frente, em geral, fica mais tempo aceso onde o fluxo é maior. O vermelho é uma proibição positiva: salva vidas e preserva o direito do outro. A moral funciona como um semáforo: mais permite do que proíbe, contempla o direito de todos e regula as relações humanas em função de um projeto maior que é o amor fraterno.

José F. de Oliveira (Padre Zezinho)


A crise moral

                Algumas regras valem em determinadas circunstancias e deixam de valer quando ocorrem alterações nas relações humanas. O confronto continuo entre moral constituída (herdada) e moral constituinte (crítica aos valores ultrapassados) é essencial, pois a discussão constante dos valores vigentes verifica se eles são a favor da vida ou da alienação.


O sujeito Moral



                Surge quando ao responder a pergunta: “Como devo viver?”, o faz com pretensão de validade universal. Ninguém nasce moral, torna-se moral, superando o egocentrismo infantil e sendo capaz de “con- viver”.        
Ser virtuoso
                Quando falamos em virtuoso, é comum que nos venha a imagem de alguém amável, dócil, capaz de renuncia e pronto para servir os outros. Nietzsche (1844/1900) critica essa concepção levando em conta a etimologia da palavra Virtude, que vem do latim Virtus, “Poder”. Portanto o virtuoso é o forte, aquele que tem força para agir conforme o dever.

A problemática da liberdade

                O homem é livre? E os “determinismos? Sejam psicológicos, genéticos e até sociais? Como se pode ser livre diante deles?
A condição para liberdade é a “consciência”, O filosofo francês Alain (1868/1951) transcreve esse sentido de consciência através de um relato: “Quando eu era pequeno e antes que tivesse visto o mar, acreditava que os barcos iam sempre para onde o vento os empurravas”.  Mas, na verdade o velejador aprendeu a conhecer o mar, o vento, a vela, o caso para saber aplicar a inteligência e dirigir o barco para a direção escolhida.

Veja a Declaração dos direitos do homem e do cidadão:

Art 6: “A liberdade é o poder próprio do homem de fazer tudo aquilo que não conflite com os direitos de outro”.

Há uma profunda relação entre a “moral” e os direitos humanos.

               
Noções históricas da moral e concepções Éticas

                Agir moralmente é agir de acordo com o bem e saber distinguir o bem do mal. Mas o que é o bem? Qual o fundamento da moral? E a natureza do dever? Com essas perguntas entramos no terreno da Ética.


  • Sofistas (Sec V A.C): Para eles a moral é apenas fruto de “convenções sociais”. Sócrates os combate buscando o fundamento da moral na natureza humana.

  • Contrariando os Sofistas, Sócrates buscava mostrar que o fundamento da moral estaria na própria “natureza humana”.


  • Aristóteles (385/322 A.C): Todas as atividades humanas aspiram a um bem, dentre eles a Felicidade que não consiste nos prazeres do corpo, mas sim na atividade da alma segundo a Razão.

  • Hedonistas: (Hedoné = Prazer) A Felicidade consiste nos prazeres do corpo (Literalmente). Contudo, Epicuro (341/271 A.C) Grande representante do desse movimento, afirmava que os prazeres do corpo são fontes de sofrimento, portanto, a Felicidade encontra-se nos prazeres da alma como a amizade e o amor.

  • Filósofos e Teólogos medievais: A felicidade encontra-se na vida futura realizando-se em Deus.
(A expansão do Cristianismo é marcada pela tradição religiosa que identifica o homem moral como aquele temente a Deus)

  • Moral Iluminista: “A Razão como uma luz”. A ação, moral é autônoma, a própria Razão nos leva a atitude moral, conseguintemente Laica (Não religiosa) e universalista, pois todas as culturas possuem um núcleo comum de valores.

  • A Moral hoje: É marcada pelo “Desafio” de superar as dificuldades que nos impedem da existência de uma vida moral autêntica.




Conclusão:

A moral refere-se diretamente aos costumes e regras que uma comunidade adota para viver bem.

Contudo, esses valores nem sempre serão “claros”, aí entra a “ética, a reflexão crítica da moral que visa uma ideia coletiva do que seria o “mais correto”.






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