Para entender o conhecimento na Idade média, temos que falar em todo a fase da Filosofia medieval, de quebra, vou lhes apresentar dois pensadores de destaque nesse período:
O cristianismo entra em cena pretendendo ser ao mesmo tempo, guia prático de vida (Moral) e “verdade”. Contudo a complexidade da mensagem evangélica suscitou uma série de problemas de grande porte;
1 - Problemas textuais - Seleção dos textos “inspirados”, pois bíblia é um conjunto d e livros e os filósofos /teólogos deveria saber selecionas os falsos e os verdadeiramente inspirados por Deus;
2 – Problemas de coerência
entre o antigo e o novo testamento;
3 – Problemas teológicos -
Como a fixação dos dogmas.
2º Padres apologistas (Séc. II
d.C.) Defesa do cristianismo com base na Filosofia;
3º Patrística (Séc. III d.C.)
que usou a filosofia de forma sistemática para dar uma base racional para a
“revelação” (Principalmente a de Platão.
Santo agostinho e o filosofar na fé
O
neoplatonismo de Plotino (201/270 d.C.) mudou o modo de pensar de Agostinho
(354/430 d.C.) levando a romper com o materialismo. Cativado pela fé, seu
pensamento adquiriu nova essência, nascia o “filosofar na fé”.
A postura do
“credo guia absurdum” (“Creio no
absurdo”, pela fé) causava estranheza à Agostinho, pois segundo ele, a fé não
substitui ou elimina a razão: A Fé seria um pre-conhecimento em relação à
razão, mas esta, pode e deve transpor criticamente as “verdades da fé”.
Para
entender essa perspectiva, devemos analisar a “Teoria da iluminação” de Santo
Agostinho.
“Como é possível fazer conceitos imutáveis
se tudo está em devir?”
Embora o
platonismo seja uma forte influência na filosofia de Agostinho, ele não poderia
aceitar a teoria do conhecimento do mesmo, A teoria da reminiscência que se
baseava em outra vida. Afinal no dogma do cristianismo só há uma vida. Logo,
Agostinho formulou sua teoria da iluminação:
Deus no ato
da criação nos torna participantes do ser e da verdade sendo ele próprio a
fonte da dela. A “suprema verdade” de Deus seria a “luz” que ilumina a mente
humana no ato de conhecer.
Outra
reflexão filosófica de Agostinho que merece atenção, foi o “problema do mal”: “Se tudo provem de Deus que é bom, de onde
surgiu o mal?”
1 – Mal metafisico (Ou ontológico): O mal não existe! O
que que existe são grãos inferiores de ser em relação à suprema perfeição
(Deus);
2 – Mal moral (Pecado): Surge da má contudo do ser humano
em relação ao seu livre arbítrio (liberdade);
3 – Mal Físico (Doença, morte etc.): é consequência do
mal moral (pecado original).
São Tomás de Aquino e a Escolástica
No século VIII, Carlos magno organizou escolas ligadas às instituições católicas, divulgando a cultura grega romana, mas com os conteúdos submetidos à teologia, o que marca o período da Escolástica (O termo vem de “escolas”).
·
A primeira via (do movimento) Tudo o que se
move é movido por outro, mas para evitar um “regresso” infinito, devemos
admitir que exista um “primeiro movimento” que não é movido por nada, esse primum movens é Deus;
·
A segunda via (da causa) Nenhuma coisa pode ser
“causa” de si mesma, mas novamente, para evitar um regresso infinito, devemos
admitir que exista uma causa primeira, que produz e não é produzida, tal
concepção nos leva a ideia de um Deus;
·
A terceira via (da contingencia) Nem tudo pode
ser contingente, mas é preciso que exista algo necessário. Ex: Uma casa só pode
ser levantada depois das colunas e assim por diante,
·
A quarta via (da perfeição) Podemos deduzir
níveis de perfeição e a maior delas culmina nos atributos de Deus;
·
A quinta via (da finalidade) Tudo o que existe,
existe para um fim e as coisas agem de tal forma por serem ordenadas por uma
inteligência, como a flecha disparada por um arqueiro. Este ordenador supremo
seria Deus.
Podemos notar também, que esses argumentos estão calcados nas ideias de Aristóteles, o que nos mostra como a filosofia cristã buscava na filosofia “clássica” um embasamento mais racional para defender a fé cristã.
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