sexta-feira, 30 de outubro de 2020

PET 5 - 4 O século XXI e o espetáculo da razão.

 


Saudações! 

A atividade da semana 4 do PET 5 de Filosofia segue a temática da exaltação da Razão, como já expliquei bastante disso em aulas anteriores, acaba parecendo meio redundante o tema, mas vamos lá com as questões então:


Semana 3

01         - No contexto da Revolução Científica, levada a cabo no século XVII, as pesquisas de Galileu Galilei foram decisivas. A respeito da vida e obra de Galilei, assinale a única alternativa que não está correta:


D) Newton não chegou a conhecer Galileu (Adoro essas pegadinhas rs)



02           - (UFV) Sobre a chamada Revolução Científica, marque a afirmativa INCORRETA:


C)  A Revolução Científica representou a ascensão ao conhecimento e à liberdade de expressão, Algo que confrontou o poder eclesiástico e a monarquia absolutista!

Semana 4:

01            (Enem 2018) Jamais deixou de haver sangue, martírio e sacrifício, quando o homem sentiu a necessidade de criar em si uma memória; os mais horrendos sacrifícios e penhores, as mais repugnantes mutilações (as castrações, por exemplo), os mais cruéis rituais, tudo isto tem origem naquele instinto que divisa na dor o mais poderoso auxiliar da memória.

NIETZSCHE, F. Genealogia da moral. São Paulo: Cia. das Letras, 1999.

O fragmento evoca uma reflexão sobre a condição humana e a elaboração de um mecanismo distintivo entre homens e animais, marcado pelo(a):

e) consciência da existência (O que difere nós dos animais meus queridos? rs)


02              (Enem 2018) O filósofo reconhece-se pela posse inseparável do gosto da evidência e do sentido da ambiguidade. Quando se limita a suportar a ambiguidade, esta se chama equívoco. Sempre aconteceu que, mesmo aqueles que pretenderam construir uma filosofia absolutamente positiva, só conseguiram ser filósofos na medida em que, simultaneamente, se recusaram o direito de se instalar no saber absoluto. O que caracteriza o filósofo é o movimento que leva incessantemente do saber à ignorância, da ignorância ao saber, e um certo repouso neste movimento.

MERLEAU-PONTY. M. Elogio da filosofia. Lisboa: Guimarães, 1998 (adaptado).

O texto apresenta um entendimento acerca dos elementos constitutivos da atividade do filósofo, que se caracteriza por:

D) Né?  Conciliar o rigor da investigação com o questionamento ...


PET 5 - 3 Antropocentrismo

 



Saudações!

Já comentamos sobre a postura do Antropocentrismo e sua ligação com o Modernismo ao abordar o filósofo Descartes, relembre clicando aqui aqui. Mas em suma:

 A partir do “Renascimento”, a religião que era o suporte do saber sofreu vários abalos, decorre daí um novo momento, o “Modernismo” cujas principais características são:

Antropocentrismo = Opondo-se ao pensamento “Teocêntrico”. O homem moderno coloca-se no centro das discussões e interesses. Mesmo na “Fé”, os adeptos da “reforma” defendiam o acesso ao texto bíblico e a livre interpretação;

Racionalismo = Foca-se a “razão” para discernir, distinguir e comparar;

Saber Ativo = Opondo-se ao Saber “contemplativo”, é a união entre “teoria” e “prática” submetendo a realidade à “experimentação”;

Método = O ponto de partida dos principais pensadores do século XVII (Descartes, Galileu, etc.) é a busca por um método adequado que leve à “verdade”

Assim percebemos a evolução do conhecimento no sentido de que no modernismo dava-se um maior valor ao uso da razão individual e à análise das “evidências empíricas” (O que marca o nascimento da ciência), ao contrário da escolástica medieval, que se limitava basicamente à consulta das autoridades do passado, como vimos, principalmente Aristóteles cujas ideias perduraram por dois mil anos e os primeiros Padres da Igreja.

Note que esse antropocentrismo moderno, baseia-se na "Razão" ,  Já na idade media, ele existia na perspectiva de que o homem era o centro do universo enquanto obra de destaque de Deus ...

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

PET 5 = 2 TEORIA DO CONHECIMENTO NA IDADE MÉDIA

 


Para entender o conhecimento na Idade média, temos que falar em todo a fase da Filosofia medieval, de quebra, vou lhes apresentar dois pensadores de destaque nesse período:

O cristianismo entra em cena pretendendo ser ao mesmo tempo, guia prático de vida (Moral) e “verdade”. Contudo a complexidade da mensagem evangélica suscitou uma série de problemas de grande porte;

1 - Problemas textuais - Seleção dos textos “inspirados”, pois bíblia é um conjunto d e livros e os filósofos /teólogos deveria saber selecionas os falsos e os verdadeiramente inspirados por Deus;

2 – Problemas de coerência entre o antigo e o novo testamento;

3 – Problemas teológicos - Como a fixação dos dogmas.

 Sobre a base dessas grandes questões era claro o esforço para definir a identidade do cristão o que ocorre em três períodos:

 1º Padres apostólicos (Séc. I d.C.) Que destacavam os interesses “morais” e “ascéticos” (que se volta para a vida espiritual), com privação dos prazeres do corpo;

2º Padres apologistas (Séc. II d.C.) Defesa do cristianismo com base na Filosofia;

3º Patrística (Séc. III d.C.) que usou a filosofia de forma sistemática para dar uma base racional para a “revelação” (Principalmente a de Platão.

 Assim, o problema central da filosofia cristã era o de conciliar as exigências da “razão” com as “revelações divinas” (Fé), o que podemos separar em dois momentos históricos: A Patrística (Séc. III d.C.) e a Escolástica (Séc. X à XIV d.C.)

 

Santo agostinho e o filosofar na fé

O neoplatonismo de Plotino (201/270 d.C.) mudou o modo de pensar de Agostinho (354/430 d.C.) levando a romper com o materialismo. Cativado pela fé, seu pensamento adquiriu nova essência, nascia o “filosofar na fé”.

A postura do “credo guia absurdum” (“Creio no absurdo”, pela fé) causava estranheza à Agostinho, pois segundo ele, a fé não substitui ou elimina a razão: A Fé seria um pre-conhecimento em relação à razão, mas esta, pode e deve transpor criticamente as “verdades da fé”.

Para entender essa perspectiva, devemos analisar a “Teoria da iluminação” de Santo Agostinho.

“Como é possível fazer conceitos imutáveis se tudo está em devir?”

Embora o platonismo seja uma forte influência na filosofia de Agostinho, ele não poderia aceitar a teoria do conhecimento do mesmo, A teoria da reminiscência que se baseava em outra vida. Afinal no dogma do cristianismo só há uma vida. Logo, Agostinho formulou sua teoria da iluminação:

Deus no ato da criação nos torna participantes do ser e da verdade sendo ele próprio a fonte da dela. A “suprema verdade” de Deus seria a “luz” que ilumina a mente humana no ato de conhecer.

Outra reflexão filosófica de Agostinho que merece atenção, foi o “problema do mal”: “Se tudo provem de Deus que é bom, de onde surgiu o mal?”

 Superando o dualismo maniqueísta (Crença de que tudo se resume à luta do bem contra o mal) Agostinho formulou três perspectivas acerca do problema do mal: 

1 – Mal metafisico (Ou ontológico): O mal não existe! O que que existe são grãos inferiores de ser em relação à suprema perfeição (Deus);

2 – Mal moral (Pecado): Surge da má contudo do ser humano em relação ao seu livre arbítrio (liberdade);

3 – Mal Físico (Doença, morte etc.): é consequência do mal moral (pecado original).

 Assim, concluímos que “O bem que há em mim é obra tua (Deus) mas o mal que há em mim é fruto do meu pecado”. Agostinho acrescenta que valendo-se exclusivamente de sua força sem a graça de Deus, o homem é vencido pelo pecado.

São Tomás de Aquino e a Escolástica

No século VIII, Carlos magno organizou escolas ligadas às instituições católicas, divulgando a cultura grega romana, mas com os conteúdos submetidos à teologia, o que marca o período da Escolástica (O termo vem de “escolas”).

 O representante máximo desse período foi Santo Tomás (1221/1274 d.C) cuja filosofia é considerada “preparação para a fé” além de ter uma função “apologética” (Argumento de que a fé pode ser comprovada pela razão) permitindo discutir até mesmo com quem não tem fé alguma.

 Tomás constata que Deus é o primeiro na ordem ontológica (A primeira coisa que “existe”, é Deus) mas não na gnosiológica (Não é a primeira coisa que você “conhece”). Logo, podemos deduzir sua existência por seus feitos, raciocínio que nos leva a sua Teologia - As cinco vias para provar a existência de Deus: 

·         A primeira via (do movimento) Tudo o que se move é movido por outro, mas para evitar um “regresso” infinito, devemos admitir que exista um “primeiro movimento” que não é movido por nada, esse primum movens é Deus;

·         A segunda via (da causa) Nenhuma coisa pode ser “causa” de si mesma, mas novamente, para evitar um regresso infinito, devemos admitir que exista uma causa primeira, que produz e não é produzida, tal concepção nos leva a ideia de um Deus;

·         A terceira via (da contingencia) Nem tudo pode ser contingente, mas é preciso que exista algo necessário. Ex: Uma casa só pode ser levantada depois das colunas e assim por diante,

·         A quarta via (da perfeição) Podemos deduzir níveis de perfeição e a maior delas culmina nos atributos de Deus;

·         A quinta via (da finalidade) Tudo o que existe, existe para um fim e as coisas agem de tal forma por serem ordenadas por uma inteligência, como a flecha disparada por um arqueiro. Este ordenador supremo seria Deus.

 Essas cinco vias de Tomás buscavam demonstrara a existência de Deus por meio da razão e não da “Fé”.

Podemos notar também, que esses argumentos estão calcados nas ideias de Aristóteles, o que nos mostra como a filosofia cristã buscava na filosofia “clássica” um embasamento mais racional para defender a fé cristã.

 


domingo, 18 de outubro de 2020

PET 5 = 1 Os Sofistas (Os sábios)

 


Saudações!

Eeeeeee lasqueira! Novamente o tema do PET é algo que eu já comentei! Os Sofistas, relembre clicando aqui

Resumidamente:

Por volta do século V A.C, surgiu na Grécia um grupo de pensadores que passaram a comercializar a filosofia. Em suma, defendiam que não existe uma “verdade universal”, mas somente opiniões.

O argumento da relatividade do conhecimento, basea-se na constatação de que, "O homem é a medida de todas as coisas" (Protágoras) ou seja, é a criatura humana que formula o conhecimento com base na sua percepção de mundo. Contudo, eu vejo a s coisas da mesma maneira que todo mundo? existe algum filme, livro, pessoa ou comida que TODO mundo vai gostar? 

Se uma pessoa diz que açaí é gostoso e outra diz que não é, ambas estão falando a verdade embora sejam respostas contraditórias, e seria nesse sentido a verdade "relativa".

Assim, os Sofistas ganhavam a vida comercializando a filosofia/conhecimento ao não terem compromisso com a "verdade" aos olhos de Sócrates que acusava-os de prostituirem-se (No sentido de cobrar para ensinar).

Contudo, na atividade da SEMANA 1 do PET 5 nós deparamos com uma nova perspectiva, a defesa desses que são considerados antagonistas dos Filósofos.

Para tal, podemos resumir no texto as seguintes colocações ou defesas dos sofistas:

Contribuíram para evolução do saber (a gramatica, a aritmética, etc.)

Se outrora cobravam pelos ensinamentos, isso se dava pelo fato de que a ocupação intelectual era privilegio daqueles com "situação melhor", (Ao povão restava o trabalho braçal vamos dizer assim). Assim, os sofistas que não eram nobres, precisavam ganhar o sustento com o seu conhecimento.

Quanto aos sofismas, argumentos enganosos, o texto ressalta que essa fama é devido a atenção demasiada em certos nomes considerados Sofistas e exerciam essa prática.

Por fim, destaca-se a contribuição dos Sofistas para a elaboração de uma raciocínio mais rigoroso que seria o "embrião" da Lógica que foi desenvolvida por Aristóteles.

E então meus queridos, teriam sido os Sofistas injustiçados pela história? De qualquer forma, é inegável a contribuição deles para a evolução do conhecimento, da própria Filosofia!